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"BACH – Suites IV – V – VI – Solo cello"
José Pereira de Sousa - violoncelo
Este Cd produzido pela Numérica, por encomenda da Câmara Municipal do Porto, apresenta as Suites Nº IV – V - VI para violoncelo do compositor J. Sebastian Bach, interpretadas pelo violoncelista José Pereira de Sousa. Este é já o segundo volume das Suites de Bach editado pela Numérica. Na primeira edição estão reunidas as Suites I – II – III, também interpretadas por José Pereira de Sousa.
O intérprete usa nesta gravação o famoso violoncelo Montagnana, que pertenceu à violoncelista Portuguesa Guilhermina Suggia.
Informação detalhada:
Suite Nº IV em Mi bemol maior
A quarta Suite oferece-nos um momento de relaxamento da crescente complexidade e intensidade experimentada nas primeiras 3 Suites – e prepara-nos para a poderosa Nº V seguida da virtuosa Nº VI. A primeira secção do Prelúdio consiste em figuras arpejadas que fluem regularmente. Depois de uma curta pausa em Dó sustenido, uma série de cadenzas semelhantes a fantasias transportam-nos através de várias tonalidades distantes, terminando em Mi bemol.
A Allemande um movimento alla breve, deve o seu charme especial à justaposição de suaves fragmentos de escala e a alguns saltos inesperados. A Courante oferece-nos uma variedade de movimentos rítmicos em colcheias alternantes, colcheias ternárias e semicolcheias. Na Sarabande, há de facto, uma linha de baixo que não está apenas implícita pois aqui Bach usa cordas duplas e triplas continuamente. A primeira Bourrée é excepcionalmente elaborado e desenvolvido enquanto a Bourrée Nº 2, dominada pelo calmo movimento da seminima é a simplicidade em si mesmo. A Giga termina com um contagioso movimento perpétuo.
Suite Nº V em Dó menor
Na quinta Suite, Bach pede ao intérprete que afine a sua corda Lá um tom abaixo para Sol. Esta afinação (scordatura é o termo técnico), permite ao violoncelista interpretar certas notas, que num instrumento afinado normalmente, seriam extremamente complicadas.
O carácter da música é imediatamente estabelecido pelo Prelúdio, que parte do estilo improvisatório das anteriores cinco Suites e é lançado sob a forma de uma Abertura Francesa: a secção inicial numa lenta fantasia alla breve seguida por uma rápida fuga a duas vozes no tempo 3/8.
Embora a fuga não seja tão elaborada como as que encontramos nas Sonatas para violino solo, Bach alcança um exemplo impressionante de contra-ponto implícito. A Allemande não é do tipo de melodia fluida e suave a que nos acostumamos nas Suites anteriores; o alcance é consideravelmente alargado, as notas básicas estão completamente desenvolvidas de uma forma extensa, e os ritmos ponteados realçados.A Courante Italiana é substituída por uma versão Francesa no movimento de dança a 3/2, substituindo o tempo a 3/4 e com ritmos ponteados em vez de uma linha melódica estável. A Sarabande é também diferente das ouvidas anteriormente: é bastante curta, embora a tensão harmonica seja muito boa não há cordas duplas. È evidente que Bach não queria que a Suite se torna-se demasiado desiquilibrada.
As duas Gavotas são em modo menor, a primeira apresenta saltos e acordes e a segunda passagens ternárias fluídas. A Giga, inspirado na Siciliana, apresenta rítmos ternários em 3/8 e conclui a Suite num ambiente melancólico.
Suite Nº VI em Ré maior
Bach escreveu esta Suite para um violoncelo de 5 cordas, instrumento com o Mi afinado uma quinta acima do Lá. Esta situação justifica a alta tessitura da música. Uma vez que a Suite é agora tocada mais frequentemente num violoncelo normal, esta Suite apresenta vários problemas técnicos. O Prelúdio é longo, num tempo a 12/8, com um movimento perpétuo extenso. No compasso 83 o ritmo ternário dobra para semicolcheias, dotando os compassos finais com uma brilhante “cadenza”. O Allemande é lento, versão bastante ornamentada da dança, extendendo-se até ao limite das capacidades do registo para violoncelo e tornando-se num verdadeiro desafio às capacidades do violoncelista em manter o legato. Grandes saltos e acordes arpegiados caracterizam a Courante, mais uma vez em estilo Italiano. A Sarabande apresenta-se em 3/2 e os acordes extensos dotam a música de uma personalidade bastante pomposa.
Ambas as Gavotas estão no modo maior e são peças alegres e soalheiras de entre as mais atraentes e inovadoras
deste compositor. A brilhante Giga conclui a série com uma cintilante nota de triunfo.
Suite IV - em Mi bemol maior / in E-flat major
1. Prélude 04’20’’
2. Allemande 03’20’’
3. Courante 02’41’’
4. Sarabande 05’59’’
5. Bourrée I / Bourrée II 05’32’’
6. Gigue 01’52’’
Suite V - em Dó menor / in C minor
7. Prélude 06’55’’
8. Allemande 05’34’’
9. Courante 01’41’’
10. Sarabande 04’30’’
11. Gavotte I / Gavotte II 04’37’’
12. Gigue 01’37’’
Suite VI - em Ré maior / in D major
13. Prélude 04’59’’
14. Allemande 07’02’’
15. Courante 02’35’’
16. Sarabande 06’10’’
17. Gavotte I / Gavotte II 04’32’’
18. Gigue 02’48’’
Tempo Total: 01‘17’44’’
Ref.: NUM 1146
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