sexta-feira, 29 de abril de 2011

DANCING FIDDLE - DANÇAS



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DANCING FIDDLE - DANÇAS

Luís Pacheco Cunha - violino

Eurico Rosado - piano

José Diniz - guitarra

Luís Gomes - clarinete



"DANÇAS é um projecto com alguma longevidade, que invoca a (con)vivência dos seus autores com a dança, em diversas ocasiões. Todo o repertório apresentado integrou já um espectáculo, homónimo, contando com a participação de nove jovens bailarinas, que emprestaram muita da sua graça e dinamismo gestual à nossa inspiração musical. Um trabalho de verdadeira interacção performativa em que o todo foi certamente mais que a soma das partes..."

Luís Pacheco Cunha.

Informação detalhada:

DANCING FIDDLE - DANAS


Luís Pacheco Cunha - violino
Eurico Rosado - piano
José Diniz - guitarra
Luís Gomes - clarinete


\"DANÇAS é um projecto com alguma longevidade, que invoca a (con)vivência dos seus autores com a dança, em diversas ocasiões. Todo o repertório apresentado integrou já um espectáculo, homónimo, contando com a participação de nove jovens bailarinas, que emprestaram muita da sua graça e dinamismo gestual à nossa inspiração musical. Um trabalho de verdadeira interacção performativa em que o todo foi certamente mais que a soma das partes.

Seria aliás redundante insistir na privilegiada relação que música e dança vêm mantendo desde a proto-história da arte, chegando, nalgumas culturas, a ser designadas pelo mesmo vocábulo. 

Consideremos, por um momento, a plasticidade, a riqueza visual implícita na execução instrumental, da qual, helas!, nem sempre o próprio músico tem consciência. Um concerto ao vivo é, antes de mais, na nossa cultura do olhar (que não da escuta!), um regalo para a vista.

Tome-se o exemplo do violinista: — desde logo, a sua postura, erecta, dominadora, parte inseparável do seu charme; o movimento ondulatório do corpo, a relação cinemática do movimento do arco (amplitude) com o som (dinâmica), a coreografia dos dedos nas cordas. Todos estes e tantos outros elementos insubstituíveis do espectáculo musical o equiparam à dança, à sublimação do corpo e do movimento.
Os exemplos que gravamos neste disco não pertencem à categoria da música dita funcional. As obras pressupõem uma estilização de danças não sendo, no entanto, escritas com o propósito de serem dançadas. Quando se menciona uma valsa, uma rumba ou uma mazurca, estamos de facto a referir géneros musical-instrumentais que se autonomizaram, se emanciparam da sua função original, destinando-se, essencialmente, a serem ouvidos. Tal propósito determina-lhes uma mais elaborada construção, complexidade formal e harmónica e apuramento estético, pois à música cabe a inteira responsabilidade de monopolizar a atenção do espectador. Estas danças são assim, à sua maneira, uma bem lograda síntese da obra musical com o movimento coreográfico que, remotamente, lhe subjaze, despertando ainda outras referências contextuais complexas, dependentes do nível de (in)formação do ouvinte/ espectador – figurino, envolvimento cénico, contexto histórico/ geográfico/ social, ou mesmo uma história / programa.
Assim possam estas pequenas peças iniciá-lo noutros tantos microcosmos de vivências. Dessa forma o nosso esforço terá sido amplamente recompensado.

As três danças da Suite para trio que Igor Stravinsky realizou sobre a sua obra cénica História do Soldado (1917), incluídas na presente compilação — Tango, Valsa e Ragtime — operam sobre a Princesa da história uma cura milagrosa, num simbolismo que associa música e movimento ao bem estar físico, mental e emocional.

How Down é um arranjo para violino e piano, realizado em 1945 por Aaron Copland, extraído da dança homónima que integra o seu bailado Rodeo, baseado em elementos do folclore do oeste americano.

Rumba Jamaicana, versão para violino e piano do original para dois pianos do compositor, datado de 1938, é um arranjo de William Primrose, dedicado a Heifetz, permitindo, sob o esqueleto rítmico latino, dar curso ao virtuosismo estonteante característico deste intérprete.

As Valsas e Danças Alemãs (Deutscher) para piano, compostas em grande número ao longo da carreira criativa do compositor e certamente muito em voga, a julgar pelo facto de serem das raras obras do autor a merecerem publicação em vida deste, são obras simples e despretensiosas, no contexto genial da sua obra. A distribuição por instrumentos diferenciados de cada uma das mãos da partitura de piano promove, em nosso entender, o desenho escorreito do melodismo e a vivacidade rítmica e harmónica que lhes são apanágio.

A Suite Popular Espanhola é constituída por três das Sete Canções Populares Espanholas de Falla, concluídas em 1915, em transcrição do violinista polaco Pawel Kochansky. Falla faz derivar dos temas populares soluções harmónicas inovadoras que emprestam a estas danças um colorido ibérico inconfundível.

Na senda de Chopin, compõe Henryk Wieniawsky uma série de Mazurcas, evocativas do folclore polaco, para o instrumento em que era mestre incontestado – o violino. A op.19, no. 1, conhecida como Dudziarz, destacou-se pela intrepidez e idiomatismo instrumental.

Ditirambo — dança clássica grega, é a última das três peças que compõem o Pequeno Tríptico de Lopes-Graça, dedicado em 1960 à violinista Blaise Calame. Constitui um bom exemplo da mestria deste compositor nos domínios poli-tonal e poli-rítmico, sugerindo o ambiente algo caótico de uma festividade popular muito frequentada.

Bartók compôs, em 1915, estas Danças Romenas para piano, que aqui ouvimos na versão transcrita pelo violinista Zoltán Székely. Recuperam, de forma naïf e despojada, a tradição popular romena, evocando confrontos bélicos e cavalgadas, em paralelo com trechos de grande lirismo. São elas: Jocul cu Bâta, Brâul, Pe Loc, Buciumeana, Poarga Româneasca (Roumanian Polka), Manuntelul.

A encerrar este CD, um Adagio cantabile seguido por um Rondoncino em tempo di polacca (de facto, em ritmo de siciliana ), compõem esta Sonata, incluída na compilação de seis conhecida como Centone. Paganini na sua melhor veia melodista, explorando com destreza os recursos dos instrumentos, que dominava na perfeição."

Luís Pacheco Cunha


Igor STRAVINSKY (1882-1971) 
1 The Soldier’s Tale (Tango, Waltz, Ragtime)
História do Soldado 06’57’’

Aaron COPLAND (1900-1990)
2 How Down (from Rodeo) 03’15’’

Arthur BENJAMIN (1893-1960)
3 Jamaican Rumba
Rumba Jamaicana 01’58’’

Franz SCHUBERT (1797-1828)
4/11 Waltzes op. 9a (I - VI)
Valsas op. 9a 05’05’’ 

Manuel de FALLA (1876-1946)
12/14 Spanish Folk Suite
Suite Popular Espanhola (Polo, Asturiana, Jota) 07’37’’

Henryk WIENIAWSKY (1835-1880)
15 Mazurka, op.19, no. 1 – “Dudziarz” 02’31’’

Fernando LOPES-GRAÇA (1906-1995)
16 Dithyramb (from Petit Triptyque)
Ditirambo de Pequeno Tríptico 02’10’’

Franz SCHUBERT (1797-1828)
17/21 German Dances, op. 33 (I –IV), and Ländler
Danças Alemãs, op. 33 e Ländler 03’24’’ 

Béla BARTÓK (1881-1945)
22/27 Roumanian Folk Dances (I - VI)
Danças Romenas 06’22’’

Niccolo PAGANINI (1782-1840)
28/29 Sonata II (from Centone di Sonate) 06’33’’
(Adagio, Tempo di Pollacca)

TOTAL 47’09’’


Ref.: NUM 1176





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