segunda-feira, 2 de maio de 2011

Nancy Lee Harper (Piano) - Música Portuguesa para piano Vol. 2



I-Tunes:

"MÚSICA PORTUGUESA PARA PIANO, VOL 2\"

Nancy Lee Harper – piano



Neste novo Cd, incluído no projecto Numérica, “Antologia de Música Portuguesa”, apoiado pelo Ministério da Cultura/Instituto das Artes, a pianista Norte Americana Nancy Lee Harper apresenta obras de vários compositores contemporâneos portugueses como Eurico Carrapatoso, Filipe Pires, Sara Carvalho, Tomás Henriques, Amílcar Vasques Dias, Óscar da Silva, Croner de Vasconcelos e Cândido Lima.


Informação detalhada:


Cinco viñetas para piano emocionado (Agosto, 1998)
Eurico Carrapatoso
Esta obra foi escrita em Agosto de 1998, na sequência do convite que me foi endereçado pela Profª Doutora Nancy Lee-Harper. A obra é-lhe dedicada e a sua fonte de inspiração e a poesia de juventude de F. Garcia Lorca (anos 10 a 20 do século XX). Por outro lado, esta obra glosa “Umagregado”, uma peça para piano que escrevi em 1990 e Cinco canciones para piano y voz emocionada” de 1998 sobre poesia daquele poeta espanhol.
De facto, as Cinco viñetas foram escritas “après une lecture de Lorca”, com a dolência característica que daí resulta, mormente um períodos de grande canícula.” Eurico Carrapatoso (19 de Outubro de 1998)


Drei Bagatellen

Filipe Pires
Drei Bagatellen são três peças para piano compostas em Lisboa quando o compositor ainda era aluno no Conservatório Nacional. A primeira e a terceira peça datam de 1949, enquanto a segunda peça foi composta em 1952. A série foi dedicada ao pianista portuguesa, Fernando Laires.
A primeira peça influenciou-se claramente pela música de Paul Hindemeith e encontra-se no compasso majestico de 8/4. Sua natureza repetitiva e baseada num progressão de acordes serve como a introdução à série. A segunda peça apresenta um ostinato de quatro acordes, acima de qual uma melodia delicada torce e volta, diminuindo ao fim muito doce. A terceira peça continue com a ideia das notas repetidas, esta vez numa maneira insistente e típico de uma toccata. A série é coerente tanto musicalmente como pianisticamente. Nas palavras do compositor, “A pesar de um ground aumentado e tonal, que é presente nas três peças, são focadas de uma forma diferente e assim apresentam o primeiro passo para a atonlidade livre.”



... a distant mirror

Sara Carvalho
A obra a distant mirror (2003) foi escrita a pedido do pianista Marcel Worms inserido no projecto “New Blues for piano” – um projecto em progresso. A ideia dele era que eu escrevesse uma peça que fosse, de algum modo, influenciado pelos Blues, e que tivesse algumas características da música de Portugal. O Fado foi a escolha… 
A influência aparece sobretudo no tom de lamento, tão próprio do Fado. A atmosfera criada respira de muitas cores influenciadas pelo jazz, que se vão alternando e sobrepondo às linhas melódicas, e vão formando as diferentes camadas da peça.
O título sugere um espelho distante que reflecte gestos, cores e momentos.



Silence

Tomás Henriques
Silence para piano solo é uma obra de natureza contemplativa cuja escrita se baseia num dialogo de contrastes entre som e silêncio onde a simplicidade dos eventos sonoros é equilibrada pela sua carga expressiva.
Esta obra apela a uma escuta singular que se concentra na essência do som - a sua cor, brilho, presença interior e a sua intima relação com o silêncio.
A nível estrutural existem três dimensões nesta composição: uma escrita vertical que se manifesta em acordes de duração, dinâmica e âmbito variáveis, a ocorrência contrastante de silêncios e a inclusão de um pequeno motivo repetitivo na região aguda com uma identidade temporal própria.
A obra possui uma forma ternária (ABA) onde a primeira secção apresenta a totalidade do material harmónico: um grupo de 12 acordes. A secção B tem um carácter transitório e reitera uma versão modificada dos doze acordes do início. Nesta secção os acordes estão organizados em quatro frases em que cada frase contém três acordes, assim evocando o modo como o motivo repetitivo agudo se apresentara na secção prévia. 
A última secção conflui os acordes e o motivo agudo mas este último com uma função diferente com carácter mais forte e uma direcção mais clara sublinhada pela sua crescente dinâmica e ascensão cromática.



Lírios roxos do campo (2005) - Quarter-note = + 60

Amilcar Vasques Dias
É manhã de Primavera. O sol convida os pequenos lírios bravos a
mostrar as suas flores...uma a uma, dezenas, centenas, milhares de
luzes roxas pintalgadas de amarelo iluminam os campos à hora do
meio-dia...



Fantasia para piano

Óscar da Silva
Fantasia de Óscar da Silva é uma obra tardia, de forma livre e cheia de cromaticísmo. Dedicada ao seu amigo, o pianista português Fernando Laires, esta obra consta de várias secções. Ainda inédita, o obra mostra a grandeza do virtuosismo e a expressividade do romanticísmo.



Canção

Croner de Vasconcelos
Canção foi composta ao convite da professora Gilberta Paiva, do Conservatório Nacional de Lisboa, para os exames de piano do 4º grau. Embora uma peça facile, no entanto é encantadora e duradoura na sua simplicidade e no liricísmo, funções do seu título.



Quatro peças dodecafónicas para piano

Cândido Lima
Os primeiros sons escritos organizados segundo séries de 12 sons (de cujos princípios o compositor ouviu falar, por notícias esparsas, e uma só vez, numa aula de harmonia e contraponto, em Braga, ao compositor Victor Macedo Pinto) são os sons das Quatro peças dodecafónicas (escritas em três ou quatro dias), cada uma delas construída sobre séries independentes de 12 sons. O resultado, foi, na primeira, um fraseado convencional, atonal, lírico, à volta de variações sobre a frase inicial: é a Melodia. No Interlúdio I é curiosa a presença dos “ostinati” ou pedais vienenses à volta dos quais se constroem sonoridades com diferentes séries, e onde a harmonia cria alguma atmosfera. É uma mistura da faceta interiorizada e diáfana de Debussy e das miniaturas de Berg, de Schoenberg ou de Webern, (que o compositor desconhecia na época) com o tratamento intervalar livre da escala cromática organizada em “séries” (sucessões) de 12 sons. Em Interlúdio II, o mesmo princípio com outra série dodecafónica, onde, a um breve prelúdio, se sucedem agregados em arpejo de espessuras diferentes para o som individual. O Ostinato, ainda com base em séries independentes entre si, aparenta-se, ritmicamente, a Bartok ou a Stravinsky, mas claramente individualizada. Nos Interlúdios I e II são visíveis sonoridades mais “impressionistas” da escola serial francesa do que manchas e tensões do expressionismo da Escola de Viena: afinal, “flashes” próximos simultaneamente das sonoridades debussista e bouleziana.”
Cândido Lima (De Origens e segredos da música portuguesa contemporânea-Música em som e imagem-Ed.Politema-I.P.P.)




Eurico Carrapatoso

Cinco viñetas para piano emocionado 
(Agosto, 1998; inspirada na poesia e nos desenhos de F. Garcia Lorca)
1. I. Fogo (Preludio de la noche) - Enérgico 02’12’’
2. II. (Sobre’el pianíssimo del oro) - Lento, hipnótico 01’26’’
3. III. (Aquel camino sin gente; Aquel camino…) - Libero, molto flessible 01’26’’
4. IV. (“Oh lábios de cereza!”) - Calmo! 01’27’’
5. V. El agua toca su tambor de plata… - Flessible, libero 02’46’’



Filipe Pires

Drei Bagatellen (1949-1952) - (Are Edition)
6. Maestoso 02’15’’
7. Andantino 01’52’’
8. Allegro agitato 03’06’’



Sara Carvalho

9. … a distant mirror (2003) - Quarter-note = 86 03’43’’



Tomás Henriques

10. Silence (1986/rev. 2005) - Quarter-note = 52 04’31’’



Amilcar Vasques Dias

11. Lírios roxos do campo (2005) - Quarter-note = + 60 05’14’’



Óscar da Silva

Fantasia para piano
12. Allegro 06’05’’



Croner de Vasconcelos

Canção (1973) - (Musicoteca MUS 016)
13. Andantino 01’54’’



Cândido Lima

Quatro peças dodecafónicas para piano
14. Interlúdio I - Moderato (c. 1963) - (APEM, Boletim 81, 1994) 01’38’’
15. Interlúdio II – Quasi Lento 01’08’’
16. Melodia - Andante 02’56’’
17. Ostinato – Presto 01’41’’


Ref.: NUM 1147


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