O Coro Sinfónico e o Coro de Câmara Lisboa Cantat, apresentam em Novembro o seu novo cd Compositores Portugueses XX-XXI, volume 3.
Desta nova edição constam compositores como Fernando Lopes-Graça, Eurico Carrapatoso, Paulo Lourenço e Tiago Marques.
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Informação detalhada:
Coro de Câmara Lisboa Cantat
Fernando Lopes-Graça (1906-1994)
De “Dois coros do Cântico dos Cânticos de Salomão”
01 Quam pulchri sunt 02’37’’
02 Salmo 132 - Concordiae Fratrum Iucunditas 03’50’’
De ”11 encomendações das almas”
04 Balada de uma heroína (Texto: José Gomes Ferreira) 04’06’’
Paulo Lourenço (1969)
Tiago Marques (1972)
Coro Sinfónico Lisboa Cantat
De ”Primeira Cantata do Natal”
07 Em Belém o Salvador 02’11’’
08 Partidos são de Oriente 02’33’’
Eurico Carrapatoso (1962)(harm.)
09 Sombras 02’04’’
10 Altara 02’41’’
11 Algarve 01’21’’
Fernando Lopes-Graça (1906-1994)(harm.)
Série I
12 Canção da vindima (Beira Baixa) 01’32’’
13 Ó que janela tão alta (Trás-os-Montes) 01’55’’
14 Cantiga da Atalaia (Beira Baixa) 01’10’’
15 Olha a laranja (Alentejo) 01’41’’
16 Maria da Conceição (Beira Baixa) 01’56’’
17 Lá em baixo vem a raposa (Serra da Estrela) 01’31’’
Série II
18 Não segueis o trigo verde (Trás-os-Montes) 02’08’’
19 Eu venho da macelada (Beira Baixa) 01’52’’
20 Quando o teu pai me trocou (Beira Baixa) 01’26’’
Série III
21 Oh, que calma vai caindo (Beira Baixa) 01’53’’
Série IV
22 Nem contigo nem sem ti (Beira Alta) 01’50’’
23 Ó ladrão, ladrão (generalizada) 02’19’’
24 O coletinho (Beira Baixa) 02’56’’
Fernando Lopes-Graça 1906-1995
A sua intensa actividade na esfera da música não se circunscreve à composição. Lopes-Graça notabiliza-se como conferencista, publicista, divulgador e opositor ao regime fascista.
Em 1942 funda uma organização de concertos de música moderna intitulada \\"Sonata\\", criando em 1951 a revista \\"Gazeta Musical\\".
A sua linha folclorista evidencia-se em obras como a \\"Suite Rústica\\", \\"Os cinco Velhos Romances Portugueses\\", as \\"Nove Canções Populares Portuguesas\\", os \\"Natais Portugueses\\" e \\"Melodias Rústicas Portuguesas\\", além de numerosos ciclos de harmonizações de canções populares, para voz e piano e para coro a capella.
Em 1993, enquanto membro da Camerata Vocal de Lisboa, cantei, entre várias outras obras de polifonia, o motete e a missa “O magnum mysterium” de Victoria. A beleza destas obras e a maneira como Victoria trabalhou os temas da primeira para criar a segunda inspirou-me a escrever o meu próprio motete com o mesmo texto, o que fiz influenciado também por um outro compositor de música coral que ouvia muito nessa altura, John Tavener. Desde então modifiquei o motete duas ou três vezes, visando unificar
Esta peça usa o início do texto, \\"O magnum mysterium et admirabile sacramentum\\", como um refrão, dando-lhe uma linha melódica muito simples tratada homofonicamente no modo Dórico. As outras secções afastam-se um pouco deste refrão, sendo mais complexas melódica e harmonicamente, assim como em termos de textura. O \\"Alleluia\\" final, com a sua cadência picarda não enfatizada, traz-nos uma radiância muito clara, uma visão do magno mistério da cena do presépio retratada nesta obra.
Tiago Marques
Por questões matriciais de identidade, de todo o conjunto das minhas obras, prezo especialmente um conjunto de peças dilectas que se constitui como uma espécie de projecto de vida: as várias séries de harmonizações para coro a cappella que designo com o título genérico O que me diz o vento de… É um projecto a que regresso sempre que estou desassossegado. Faz-me bem, aguçando-me o estilo, calibrando-me o lápis, oxigenando-me a alma. Nestas harmonizações da melodia popular portuguesa, cada som é essencial e também testemunha dessa portugalidade filtrada na minha linfa transmontana. Eis, na minha existência, dos poucos valores matriciais que não discuto.
Os textos relacionados com a Paixão sempre me foram muito caros pois de alguma maneira representam uma metáfora da condição humana. A guerra, a morte, a perseguição repetem-se hoje em tantos locais do planeta sem que o Homem tenha aprendido a lição mais básica de todas que é a da simples tolerância pelo próximo.
Esta obra foi composta com o intuito de apresentar a minha candidatura ao curso de composição da ESML.
Paulo Lourenço
Coro Sinfónico Lisboa Cantat
O Coro Sinfónico Lisboa Cantat (C.S.L.C.) iniciou as suas actividades no ano de 1977 e é um dos agrupamentos da Associação Musical Lisboa Cantat.
O CSLC, com 80 elementos na sua formação principal, tem contribuído para a divulgação da música erudita portuguesa estreando regularmente obras de compositores nacionais, estando desde 2007 a gravar a integral da obra para coro misto a cappella de Fernando Lopes Graça. É dirigido pelo maestro Jorge Carvalho Alves desde 1986, como maestro titular e Clara Alcobia Coelho desde 2005, como maestrina adjunta.
Discografia: Missa e Responsórios de Carlos Seixas (Portugaler/03); Requiem à memória de Passos Manuel de Eurico Carrapatoso, gravação histórica da estreia mundial, (Numérica/07); Compositores Portugueses XX/XXI - vol 1 (Numérica/2007); Compositores Portugueses XX/XXI - vol 2 (MuRecords/2008).
Coro de Câmara Lisboa Cantat
O Coro de Câmara Lisboa Cantat foi fundado em Janeiro de 2006 é um dos agrupamentos da Associação Musical Lisboa Cantat. É constituído por 16 cantores.
Discografia: “Compositores Portugueses XX-XXI” iniciado em 2007 pela Associação Musical Lisboa Cantat , volume I (ed. Numérica/07) e o volume II (ed. Murecords/08). Desde a sua fundação foi dirigido pelos maestros Cesário Costa, Henrique Piloto, Laurent Wagner, Clara Coelho e pelo seu maestro titular, Jorge Carvalho Alves.
Jorge Carvalho Alves
Nasceu em 1960 e fez os seus estudos no Instituto Gregoriano de Lisboa e na Escola Superior de Música de Lisboa. Trabalhou Direcção Coral e Técnica Vocal em Portugal e no estrangeiro, com José Robert, Edgar Saramago, Lazlo Heltay, Fernando Eldoro, Anton de Beer, Erwin List, Luís Madureira e Jill Feldmann.
Leccionou as disciplinas de Coro e Formação Musical no Conservatório Regional da Covilhã e na Escola Profissional de Música de Évora. Foi o Director Artístico convidado para ministrar o “II Seminário Internacional de Canto Coral - Vox Aurea”, em Madrid (1996), destinado a Directores Corais.
Discografia: CD “Música coral do séc. XX” (Transmédia/88) com Coro de Câmara Syntagma Musicum (1º prémio novos valores da cultura SEC); participação CD Coral `92 com Coro de Câmara Syntagma Musicum, por ocasião do I Simpósio de Directores Corais de Madrid (1992); participação no projecto “Os melhores Coros da Região” (Publicart 96/97) com Syntagma Musicum, Coral Lisboa Cantat, Coro da Universidade Católica e Coral Encontro; “Tributo a Sua Majestade o Rei da Tailândia” (Key Records/03) com Tetvocal; “Lado A” (Magic Music Records/04) com Tetvocal; “Os Dias Levantados” de António Pinho Vargas (responsável pela montagem da parte coral com o Coro do Teatro Nacional de S. Carlos); Missa e Responsórios de Carlos Seixas com Coral Lisboa Cantat (2003/Portugaler); Requiem à memória de Passos Manuel de Eurico Carrapatoso (gravação histórica da estreia mundial), com Coro Sinfónico Lisboa Cantat (Numérica/2007); Compositores Portugueses XX/XXI - vol 1 com Coro Sinfónico Lisboa Cantat e Coro de Câmara Lisboa Cantat (Numérica/2007); Compositores Portugueses XX/XXI - vol 2 com CSLC e CCLC (MuRecords/2008).
Clara Alcobia Coelho
Nasceu em Coimbra em 1978. Iniciou os seus estudos musicais e actividade pedagógica no Conservatório Regional de Música da Covilhã.
Exerce funções docentes na Academia Nacional Superior de Orquestra e na Escola Superior de Música de Lisboa.
É membro do Coro Gulbenkian desde 1997 onde tem trabalhado frequentemente como maestrina assistente.
Desde Junho de 2005 colabora como maestrina adjunta do Coro Sinfónico Lisboa Cantat. Colaborou ainda como maestrina no Coro de Câmara Lisboa Cantat (2006/07).
Estudou na Escola Superior de Música de Lisboa, onde fez os cursos de Formação Musical e Direcção Coral.
Foi membro do Coro Gulbenkian (88/01). Em Outubro de 1984 iniciou a sua carreira como Director Coral com o Coro de Câmara Syntagma Musicum, com o qual obteve o prémio “Novos Valores da Cultura“ em 1988, atribuído pela Secretaria de Estado da Cultura. A sua actividade como Director Coral estende-se a diversos agrupamentos, sendo de destacar: Coro da Universidade de Lisboa como assistente de Direcção (83/87), Coro Sinfónico Lisboa Cantat (desde 1986), Coro da Universidade Católica de Lisboa (96/02), Coro da Universidade Técnica de Lisboa (desde 1998), Coro do Teatro Nacional de S. Carlos - maestro assistente (01/04), Coral Luísa Todi (04/07), Coro da associação Vox Cordis (desde 2004). Fundou e dirige desde 2006 o Coro de Câmara Lisboa Cantat.
São de destacar as seguintes apresentações: Cerimónia da entrega do Prémio da Imprensa Internacional em Portugal no Casino Estoril; participação nas Óperas “As Bodas de Fígaro” de W. A. Mozart (2006), e “O Elixir do Amor” de G. Donizetti (2008), com a Orquestra Metropolitana de Lisboa/Orquestra de Espinho e Orquestra do Algarve, respectivamente, sob a direcção musical do maestro Cesário Costa; “A Casa da Lenha”, peça teatral sobre a vida de Fernando Lopes-Graça com texto de António Torrado e encenação de João Mota, numa co-produção do Teatro D. Maria II/Teatro A Comuna, foi considerada a melhor peça de teatro de 2006, recebendo o prémio Bernardo Santareno em 2007; 1º Festival de Coros de Câmara de Olhão (2007); coro convidado para o concerto da entrega de prémios aos laureados no II Prémio Lopes-Graça de composição em Tomar (2007); concerto pelas vítimas no Sudão (2007), organizado pela Fundação Ajuda À Igreja que Sofre; Festival Música em S. Roque 2007 (Bach e Händel) e 2008 (Poulenc e Carrapatoso). Tem-se apresentado de norte a sul de Portugal: em Lisboa (Teatro da Trindade e D. Maria II, Igreja de S. Roque, S. Pedro de Alcântara e Sé Patriarcal); no Porto (Coliseu), Guimarães, Figueira da Foz, Aveiro, Tomar, Caldas da Rainha, Faro, Olhão, Lagos, Espinho, Montijo, Lagoa e Cartaxo.
Tem-se apresentado com orquestras de renome, destacando-se a Orquestra do Algarve, Orquestra Clássica de Espinho, Orquestra Filarmonia de Espanha, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra Sinfonietta de Lisboa, Orquestra Nacional do Porto, Orquestra do Norte, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra Sinfónica Juvenil, Orquestra de Timisoara e Sinfonia de Varsóvia, em salas como: Grande Auditório do CCB e da Fundação Calouste Gulbenkian, Sala Suggia da Casa da Música do Porto, Aula Magna, Teatro Nacional de São Carlos, Igreja dos Jerónimos ou o Convento de Mafra, entre tantas outras. Trabalhou com os maestros: Marc Tardue; Christopher Bochmann; José Cura; Michael Zilm; Martin André; Donato Renzetti; João Paulo Santos; Zoltan Pèsko; Olivier Cuendet; Brian Schembri; Manuel Ivo Cruz; Vasco Azevedo; Cesário Costa; Jean Marc Burfin; Dmitri Jurowsky e Laurent Petit-Girard. Foi convidado para parcerias com o Coro Nacional do Teatro S. Carlos (Requiem de Verdi e Gurrelieder de Schönberg)) e com o Coro Gulbenkian (Gürrelieder de Schönberg). Do vasto repertório executado que vai desde a música coral a capella às grandes obras corais sinfónicas: Missas de Requiem de Verdi, Mozart, Fauré, Brahms, Duruflé e Carrapatoso (estreia mundial); Missa de Nelson de Sta Teresa de J.Haydn, Stabat Mater e Petite Messe Solennelle de Rossini, Carmina Burana de Carl Orff, 9ª sinfonia de Beethoven, 3ª sinfonia de Mahler, 2ª Sinfonia de Mendelssohn, 1ª Sinfonia “A Sea Symphony” de Vaughan Williams, “O Messias” de Händel, “A Criação” de Haydn, Cantata “Verbum Caro” de Nuno Corte-Real (estreia da versão sinfónica), Cantata de Outubro de Prokofiev (estreia em Portugal) e L’enfance du Christ de Berlioz.
O início em dó menor de 7ª com um pedal em 5ª entre baixos e barítonos pretende de alguma maneira representar a dor arrastada e a perplexidade perante um acto tão cruel. A escolha de divisi nos baixos e o registo grave das vozes femininas também não é alheio a essa imagem. Na segunda secção, dó maior, a obra ganha novo movimento, culminando num registo aberto sobre o acorde de Fá em 1ª inversão (2º grau da nova tonalidade Mi b) descrevendo assim a imagem mais pungente deste texto (o sangue e a cruz). Chegamos ao final a tempo de restabelecer a ideia original de uma nota pedal mas desta vez com um carácter mais instável dado pelo intervalo de 1 tom entre os baixos (Lá b e Si b). A cadência vira-se para Mi b (relativa maior) com 6ª agregada, as notas são as mesmas do início mas desta vez o acorde é mais surpreendente e optimista deixando no ar uma esperança de redenção.
Eurico Carrapatoso
um pouco mais a sua linguagem e tornar mais interessantes as linhas de cada voz.
Fernando Lopes-Graça foi um dos mais notáveis compositores portugueses contemporâneos. Nasce a 17 de Dezembro de 1906, em Tomar, e efectua seus estudos no Conservatório Nacional em Coimbra. Escreve a sua primeira obra para piano em 1929 - as \\"Variações Sobre um Tema Popular Português\\". Colaborou com a revista literária Presença até partir para Paris em 1936, onde frequenta na Sorbonne a cadeira de Musicologia. Regressa a Portugal, em 1939, e inicia um trabalho musical assente sobre elementos harmónicos, melódicos e rítmicos do folclore português.
Canções Regionais Portuguesas
De ”O que me diz o vento de Serpa”
Fernando Lopes-Graça (1906-1994)(harm.)
06 O Magnum Mysterium 02’35’’
05 Ave verum 02’09’’
03 Irmãos meus, cuidai na morte (Trás-os-Montes) 02’49’’
www.lisboacantat.com
Ambos os Coros têm a direcção do Maestro Jorge Alves.
Ref.: NUM 1188
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