MÚSICA SACRA
1 Kyrie 07’20’’
2 Gloria 02’31’’
3 Credo 04’32’’
4 Sanctus 03’08’’
5 Agnus Dei 04’51’’
Gravado ao vivo
Opus Ensemble:
Alejandro Oliva (contrabaixo)
Ana Bela Chaves (violeta)
Pedro Ribeiro (oboé)
Olga Prats (piano)
Gravado ao vivo
Elsa Saque (soprano)
Olga Prats (piano)
Opus Ensemble:
Alejandro Oliva (contrabaixo)
Ana Bela Chaves (violeta)
Pedro Ribeiro (oboé)
Olga Prats (piano)
Margarida Marecos (soprano)
Vera Dias (fagote)
Olga Prats (piano)
Informação detalhada:
MÚSICA SACRA
António Victorino D’Almeida
No entanto, sendo o soprano a cantora Elsa Saque e o conjunto instrumental formado pelo Opus Ensemble, a exiguidade numérica dos executantes ficaria sempre largamente superada pela qualidade obtida.
Em conversa com o Cardeal António Ribeiro, que assistiu à estreia na Igreja de São Roque, Sua Eminência perguntou-me a razão no nome dado à missa - São Judas Tadeu -, e eu respondi que, segundo sabia, São Judas Tadeu era apontado como o santo patrono das causas perdidas. Ora, em minha opinião, a música em Portugal aparentava-se, de facto, com uma causa perdida…
Dentro da música sacra, escrevi, ainda na minha infância, uma “Ave Maria”; e, após a morte de um dos quatro membros fundadores do Opus Ensemble, Bruno Pizzamiglio, dediquei à memória desse músico de eleição um De Profundis que acabaria por ser a primeira peça que voltaria a reunir o Opus Ensemble como quarteto, agora tendo como oboista o jovem Pedro Ribeiro.
Essas três peças sacras foram feitas em concerto, num espectáculo em Viana do Castelo que está reproduzido neste CD. E a elas acrescentei um Te Deum também bastante fora do normal - pois costumam ser obras para conjuntos de grandes dimensões -, no qual há uma voz de soprano ( Margarida Marecos) que figura como se fosse o narrador de um texto, o qual é comentado por um crente ( o piano, interpretado por Olga Prats) e por um fagote ( Vera Dias), que representa as inquietações do agnóstico…
A despeito das participações especiais das duas cantoras e da jovem fagotista, considero que se trata de um disco do Opus Ensemble exclusivamente constituído por música de minha autoria e que muito me honra no ano em perfaço setenta anos de vida e cinquenta e cinco de carreira.
A minha obra de música sacra foi recentemente aumentada pela “Missa de São Francisco de Assis” - essa para grande orquestra, coro, quatro solistas cantores, voz infantil e órgão -, a qual não será, infelizmente, estreada em 2009, o ano dos oitocentos anos do homenageado, por razões que continuam a prender-se, em grande parte, com aquilo que motivou a “Missa de São Judas Tadeu”: até quando a música em Portugal poderá considerar-se uma causa perdida - ou ainda longe de estar ganha…?
Pedro Ribeiro – oboé
Olga Prats – piano
Ana Bela Chaves - violeta
Alejandro Erlich Oliva - contrabaixo
Fundado em Agosto de 1980 por Bruno Pizzamiglio, Ana Bela Chaves, Olga Prats e Alejandro Erlich-Oliva, o Opus Ensemble obteve o Prémio da Crítica (1982 e 1984), o Sete de Ouro (1983), o Troféu Nova Gente (1983, 1986 e 1987), o Grande Prémio do Disco Rádio Renascença (1988), o Prémio Bordalo – Casa da Imprensa (1993), o Diploma de Mérito Nova Gente (1994), e encetou uma carreira internacional que inclui actuações em Portugal, arquipélagos portugueses de Madeira e Açores, França, Espanha, Bélgica, Inglaterra, Luxemburgo, Polónia, Cabo Verde, China, Japão, Coreia do Sul, Tailândia, Estados Unidos da América, Brasil, Argentina e Uruguai .
Membro do Conselho Português da Música da UNESCO desde 1989, o Opus Ensemble faz parte actualmente dos corpos gerentes dessa instituição.
Dedicaram-lhe obras os compositores Fernando Lopes Graça, Joly Braga Santos, Fernando Corrêa de Oliveira, João Pedro Oliveira, Jorge Peixinho, Constança Capdeville, António Pinho Vargas, António Victorino d’Almeida e Laurent Filipe (Portugal), Ramón Barce e José Luis Turina (Espanha), José Luis Castiñeira de Dios, Gerardo Gandini, Celina Kohan, Alejandro Erlich Oliva, Gustavo Beytelmann e Astor Piazzolla (Argentina), Egberto Gismonti (Brasil), Maurice Ohana e Edith Canat de Chizy (França), Guido Donati (Itália) e Vasco Martins (Cabo Verde).
Após o falecimento de Bruno Pizzamiglio em Agosto de 1997, os seus colegas do Opus Ensemble decidiram continuar a carreira do agrupamento em trio de violeta, contrabaixo e piano. Nesta nova configuração, o Opus Ensemble recebeu obras dedicadas por António Victorino d’Almeida, Laurent Filipe, Sérgio Azevedo, Clotilde Rosa e Eurico Carrapatoso (Portugal), Gerard Massias (França), Alejandro Erlich Oliva e Fernando Altube (Argentina).
Em Agosto de 2005, o Opus Ensemble foi distinguido pelo Ministério da Cultura com a Medalha de Mérito Cultural da República Portuguesa e reassumiu a sua formação instrumental de origem, com a incorporação permanente do oboísta português Pedro Ribeiro.
A discografia do Opus Ensemble foi editada por EMI (His Master’s Voice), EMI (Angel), EMI Classics, Numérica, RCA, Polygram, Portugalsom e Strauss--Portugalsom.
Desde a sua fundação, o agrupamento inclui obras de compositores portugueses em todos os seus concertos, oferecendo assim uma inestimável contribuição para a difusão da cultura portuguesa no mundo.
Para além das suas actuações nos palcos de ópera, tem-se dedicado também ao oratório e ao \"lied\", colaborando frequentemente em concertos e recitais promovidos pela Fundação Calouste Gulbenkian, Centro Cultural de Paris, Teatro Nacional de São Carlos, Juventude Musical Portuguesa, Pró-Arte, Secretaria de Estado da Cultura, Europália, Fundação Oriente, RDP, RTP e Centro Cultural de Belém. Na Expo 98, foi artista convidada para vários concertos e também para o encerramento da Exposição, com a Orquestra Sinfónica Portuguesa e o Coro do Teatro do Teatro Nacional de São Carlos. Actuou, para além de Portugal, em Espanha, França, Itália, Alemanha, Suíça, Estados Unidos da América, Israel, Tailândia, Índia e China. É membro fundador da Ópera de Câmara do Real Teatro de Queluz, que tem apresentado espectáculos no País e no estrangeiro.
Gravou comercialmente para as editoras Deutsche Grammophon, Erato, Emi, Numérica e para a Discoteca Básica da Secretaria de Estado da Cultura. Gravou para a RTP o ciclo \"Wesendonk Lieder\", de Wagner, vários concertos de Natal e recitais. Tem sido convidada para fazer parte de diversos júris de concursos nacionais e internacionais de Canto, de que se destacam: Porto, Setúbal, Lisboa, Brasília e Genebra. Paralelamente à sua actividade artística, tem vindo a desenvolver, desde 1998, actividade pedagógica em Canto, no Conservatório Nacional, Academia de Música de Santa Cecília e Escola Superior de Música de Lisboa. Ao longo da sua carreira, recebeu prémios nacionais e estrangeiros: Concurso de Valência em 1971 e os Prémios de Música Erudita da Casa da Imprensa em 1969, 1972, 1982 e 1998. Foi-lhe atribuído o troféu \"Nova Gente\", para cantores líricos, nos anos de 1982, 1983 e 1986 e o \"Prémio Tomaz Alcaide\" em 1982 e 1984. Foi agraciada por Sua Excelência o Senhor Presidente da República, com a Ordem Militar de Santiago de Espada (Dama).
Aos 18 anos foi admitida na Staatliche Hochschule für Musik – Karlsruhe na classe de fagote do Professor Günter Pfitzenmaier. Encontra-se agora a terminar a licenciatura na Escola Superior de Música de Lisboa na classe de Arlindo Santos.
Fez classes de aperfeiçoamento com os fagotistas Günter Pfitzenmaier, Henning Trog, Paulo Martins, entre outros. Trabalhou com orquestras como a Orquestra Portuguesa das Escolas de Música, Orquestra Aproarte, Orquestra Sinfónica e Orquestra de Câmara da Staatliche Hochschule für Musik – Karlsruhe, Deutschsüdwest Kammerorchester Pforzheim, Stuttgarter Kammerorchester, entre outras. Tendo a oportunidade de colaborar com as orquestras acima referidas colaborou com maestros como Ernst Schelle, Gennadi Rozhdestvensky, Lawrence Foster, Lutz Köhler, Michael Zilm, Michel Corboz, Paavo Järvi, Peter Eötvos, Rudolf Barshai, Simone Young, entre outros, efectuando concertos em toda a Europa e Oriente.
Em 2003 e 2004 foi seleccionada para integrar a Escola de Verão da Orquestra de Jovens da União Europeia, tendo-a apenas frequentado em 2004, já que em 2003 declinou a oportunidade para concorrer ao Prémio Jovens Músicos da RDP, adquirindo o 1º Prémio de nível superior na modalidade de Fagote. O seu desempenho no concurso proporcionou-lhe a oportunidade de tocar a solo com a Orquestra Gulbenkian. Em 2004, ganhou o 2º Prémio no concurso Landespolizei em Karlsruhe.
Em 2004 gravou para a rádio alemã SWR um arranjo do próprio Mozart para Octeto de sopros da Ópera “Entführung aus dem Serrail” (“O Rapto do Serralho”).
Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian de 2003 a 2006. É desde Setembro de 2006 1º Fagote solo da Orquestra Gulbenkian.
Em Julho de 2000 concluiu com a máxima classificação a Licenciatura em Canto da Escola Superior de Música de Lisboa, com a professora Joana Silva.
Trabalhou ainda com Sven Kristersson, Christianne Eda-Pierre, Jill Feldman e João Lourenço.
Participou como solista sob a direcção de Andrew Swenerton, Roberto Perez, Christopher Bochmann, Humberto Castanheira e Cesário Costa.
Dedica especial interesse à divulgação do repertório do séc. XX, realizando regularmente recitais com obras de Bartok, Britten, Weill, Schoenberg, Messiaen, e ainda apresenta regularmente obras compositores portugueses contemporâneos.
Tem desenvolvido trabalho noutras áreas artísticas como o teatro e a dança contemporânea, na gravação de bandas sonoras, na preparação vocal de actores, e na participação como cantora.
Desempenhou em2002 a personagem de Serpina na ópera La Serva Padrona / A Criada Patroa, uma versão moderna do intermezzo musicalle de Giovanni Battista Pergolesi, com orquestração de Carlos Marecos e encenação de Paulo Lages, espectáculo estreado no Palácio Nacional da Ajuda, e subsidiado pelo Ministério da Cultura / IPAE.
Participou como solista no concerto encenado “A música que há-de vir” no 10º aniversário da Culturgest com a Orquestra Utópica sob a direcção de Cesário Costa.
Interpretou em Abril de 2004 a personagem da Rainha na Ópera de câmara “O FIM – Ópera Íntima” com música de Carlos Marecos e libreto de Paulo Lages, com base numa peça de António Patrício, espectáculo subsidiado pelo Ministério da Cultura / IA, estreado no Centro Cultural de Cascais.
Actualmente lecciona as disciplinas de Canto, Técnica Vocal, no Conservatório de Música D. Dinis e na Academia de Amadores de Música.
Iniciou os seus estudos musicais em 1988 na Academia de Amadores de Música.
MARGARIDA MARECOS – soprano
Vera Dias nasceu a 3 de Abril de 1986 na cidade de Guimarães. Aos 12 anos de idade ingressou na Escola Profissional Artística do Vale do Ave – ARTAVE, onde iniciou os estudos musicais na classe de fagote de Jesus Coelho e posteriormente na classe de Paulo Martins, com quem terminou o Curso de Instrumentista de Sopro. Foi-lhe atribuída então o prémio Dra. Manuela Carvalho pelo seu desempenho ao longo do curso.
VERA DIAS - fagote
Elsa Saque iniciou os estudos de piano na Academia de Amadores de Música e de Canto no Conservatório Nacional, com Arminda Correia e Francine Benoit, prosseguindo mais tarde a sua formação artística na Companhia Portuguesa de Ópera, do Teatro da Trindade, com Tomás Alcaide e Giovanni Voyer. Posteriormente, como bolseira do Instituto de Alta Cultura, aperfeiçoou-se em Palermo e Florença (Itália), com Gino Bechi. Em 1963, fez a sua estreia em ópera, na Companhia Portuguesa de Ópera do Teatro da Trindade, onde permaneceu até 1975. Participou nos Festivais de Música de Figueira da Foz, Fundação Calouste Gulbenkian, Capuchos, Leiria, Algarve, Coimbra, Póvoa de Varzim, Açores, Costa do Estoril, Almada, Inatel e nos anos de 1989, 1990, 1993, 1995 e 1997, nos Festivais Internacionais de Música de Macau. Ainda em Macau, em Março de 1999, foi a artista convidada para a inauguração do Centro Cultural de Macau, acompanhada pela Orquestra Sinfónica de Pequim. No campo operístico, Elsa Saque interpretou mais de 40 papeis principais, das óperas do repertório clássico. Foi cantora residente do Teatro Nacional de São Carlos, desde 1975 até à extinção deste, como EP, em 1992.
ELSA SAQUE – soprano
Unanimemente elogiado pela crítica especializada, o Opus Ensemble é o mais antigo e galardoado conjunto de câmara português.
OPUS ENSEMBLE
António Victorino D’Almeida
Escrevi a Missa de São Judas Tadeu numa época cinzenta da música portuguesa em que tinham praticamente deixado de existir orquestras sinfónicas no nosso país, sendo esse um dos motivos que justificariam o reduzido número de intérpretes requerido pela obra: um soprano e um quarteto.
8 Te Deum, op. 55 05’04’’
7 De Profundis, op. 130 23’24’’
6 Ave Maria, op. 5 04’56’’
Elsa Saque (soprano)
Missa de São Judas Tadeu, op. 85
Ref.: NUM 1194
Ref.: NUM 1194
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