terça-feira, 3 de maio de 2011

FERNANDO LOPES-GRAÇA - Obra Coral a Cappella Volume I

Coro Sinfónico Lisboa Cantat
Coro de Câmara Lisboa Cantat


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"Estes dois CDs concentram as três vertentes da escrita coral de Fernando Lopes-Graça, o mais lídimo representante musical de uma portugalidade telúrica, moderna e progressista. Neles encontramos harmonizações de melodias tradicionais, e ainda obras originais sobre poemas profanos e textos poéticos religiosos extraídos do Velho Testamento, como o Livro de Salmos e o Cântico de Salomão, também conhecido como Cântico dos Cânticos."




Informação detalhada:


Estes dois CDs concentram as três vertentes da escrita coral de Fernando Lopes-Graça, o mais lídimo representante musical de uma portugalidade telúrica, moderna e progressista. Neles encontramos harmonizações de melodias tradicionais, e ainda obras originais sobre poemas profanos e textos poéticos religiosos extraídos do Velho Testamento, como o Livro de Salmos e o Cântico de Salomão, também conhecido como Cântico dos Cânticos.
As harmonizações sobre melodias tradicionais são, de longe, o género mais abundante na produção coral de Lopes-Graça. Conhecidas que são as motivações estéticas, sociais, filosóficas, musicais e até políticas do compositor, tal não é de admirar. À imagem de outros grandes compositores folcloristas do século XX, como Bartók ou Kodály, que não só compuseram obras sobre melodias populares, mas também contribuíram para a recolha e preservação dessas mesmas melodias, Lopes-Graça dedicou grande parte dos seus esforços a essa tarefa hercúlea, da qual resultaram os 24 volumes das Canções Regionais Portuguesas (228 harmonizações, 1943-1988), retrato de um Portugal que hoje, praticamente, já não existe, um Portugal de costumes e ritos ancestrais, dono de uma riqueza musical espantosa para um território tão pequeno. A maior parte das obras inspiradas directamente pela música tradicional (em português e não só) foram compostas na década de 50, e a profusão de harmonizações corais no seio do catálogo imenso de Lopes-Graça deveu-se em parte à fundação, nos anos 40, do Coro da Academia de Amadores de Música, um agrupamento amador que, sob a regência inspirada do compositor, atingiria um alto nível artístico no seu género, especializando-se em particular na interpretação das “Regionais” e das Canções Heróicas.
A atitude de Lopes-Graça em relação à música do povo era clara: aproveitar a riqueza criada pelos camponeses para, sem a desnaturar, lhe dar uma roupagem erudita que enaltecesse essa riqueza, devolvendo-a depois a esse mesmo povo de uma forma mais elaborada. Um empréstimo com juros artísticos, podemos assim dizer. Para que tal acontecesse, o processo criativo deveria incorporar os dados técnicos dos originais na própria linguagem do compositor, tornando esses dados parte natural da linguagem e não mera casualidade derivada de um contexto irrepetível. Assim, certos tiques modais, certas ambiguidades maior/menor, o uso da prosódia e do ritmo, bem como as diversas combinações polifónicas e detalhes tímbricos da voz foram naturalmente assimilados por Lopes-Graça, sendo o resultado uma música que reflecte essa assimilação em todos os géneros cultivados, dos mais directamente relacionados com a melodia tradicional, como as “Regionais”, até aos mais abstractos, como a música de câmara.
Um dos interesses e preocupações mais constantes, presente também nas obras líricas não directamente relacionadas com a melodia tradicional, é a questão prosódica, tantas vezes maltratada em Portugal. Ouçamos o compositor, e reparemos na forma como Lopes-Graça relaciona a criatividade prosódica da canção popular com a abordagem do compositor erudito em relação ao texto a musicar:


Uma prosódia disciplinada e esteticamente eficiente é condição indispensável para que os próprios cantores se sintam à vontade na interpretação de um texto poético-musical; ela é um adjuvante técnico que lhes facilita não só o trabalho de respiração e articulação, como a tarefa de dar ao desenho melódico a necessária clareza...\\"



As obras corais originais de Lopes-Graça podem dividir-se, grosseiramente, em obras sobre textos profanos, normalmente da autoria dos nomes maiores da língua portuguesa, como Camões ou Pessoa, e obras sobre textos de cariz religioso (embora poesias populares e autores menores também façam a sua aparição, depois do crivo de uma apreciação criteriosa que demonstra um gosto literário sem falhas). O âmbito estético e temporal de todos estes textos percorre, tal como as melodias tradicionais das “Regionais”, toda a história literária portuguesa, dos clássicos à contemporaneidade, e incluem ainda poesia em língua castelhana. No caso do presente registo, optou-se por escolher obras corais “a cappella” de autores importantes mas não cimeiros, como os já citados Camões ou Pessoa. 

Temos assim poesias de Francisco Rodrigues Lobo (1579-1621), um dos mais importantes discípulos de Camões, considerado o iniciador do Barroco na literatura portuguesa, Afonso Duarte (1886-1958), poeta \\"saudosista\\" (mas também progressista; foi um homem sempre atento à novidade estética e atento a movimentos como os da Presença) que exaltou a beleza das terras do Mondego, José Gomes Ferreira (1900-1985), poeta, músico, e uma das presenças queridas do compositor. 

Qualquer uma destas obras (e o mesmo se passa com as obras religiosas) requer coros mais experientes do que os previstos para as “Regionais”, canções compostas com vista a aumentar o repertório dos coros amadores, mesmo dos menos experimentados.
Em Louvor do Sol (1956), cujo poema foi extraído do livro Rapsódia do Sol-Nado (1916) de Afonso Duarte, é uma das mais extraordinárias obras corais de Lopes-Graça. A música divide-se em duas partes, como o poema, que exalta na primeira o Sol, e na segunda a Alma do povo que trabalha duramente a terra. O início ressoa como um apelo vibrante, fazendo curiosamente lembrar a parte final – também ela um vibrante apelo à humanidade – do Requiem. Esse mesmo início pode ser ouvido de novo no final da obra, pois Lopes-Graça faz repetir a frase inicial do poema (\\"Seja louvado o Sol!\\"), criando assim um efeito de quase exaltação religiosa, de cariz panteísta. A música, de grande variedade textural, é, no entanto, extremamente coesa, coesão que é conseguida através do uso de motivos que circulam pelas duas partes da obra. Será talvez curioso notar que o mesmo Afonso Duarte publicará, entre 1950 e 1952, o Tríptico das Redondilhas, cuja terça parte se intitula Canto de Morte e Amor. Terá esta obra maior do poeta influenciado o seminal Canto de Amor e de Morte, de Lopes-Graça, composto em 1961?



A Cantiga às Serranas resultou de um pedido do maestro Jorge Alves ao próprio compositor, tendo-a este dedicado ao Coro de Câmara Syntagma Musicum, grupo fundado por Jorge Alves e Vasco Azevedo em 1985, que se dedicava fundamentalmente à música contemporânea. Foi estreada em Maio de 1987 no Salão Nobre da Reitoria da Universidade de Lisboa, na presença do compositor. A música alterna entre um refrão diatónico reminiscente de algumas das “Regionais”, e momentos mais tensos, que, mais uma vez, lembram certos gestos do Requiem.

Por fim, resta a questão da música religiosa. Para um devotado comunista, e um suposto ateu, quer a linguagem de Lopes-Graça, principalmente a que ficou registada nos seus inúmeros escritos, de livros publicados a cartas enviadas, quer a própria obra musical, não são parcas em referências religiosas, e a amizade e admiração que durante parte da vida dedicou a figuras ligadas à Igreja (Tomás Borba e Manuel Faria, dois exemplos que me ocorrem imediatamente) indiciam um interesse e abertura a um mundo que, filosoficamente, não era o seu. Porque o credo do compositor era a música, e apenas ela:





Clerical não, religiosa sim. E no original latino, como manda a tradição.





2 2. Oh, que janela tão alta (Trás-os-Montes) 1’51’’

3 3. Fui-te ver, ‘stavas lavando (Alentejo) 2’08’’

4 4. Cantiga da Atalaia (Beira Alta) 1’10’’
5 5. O milho da nossa terra (Beira Alta) 2’31’’ 
6 6. Olha a laranja (Alentejo) 1’41’’
7 7. Maria da Conceição (Beira Alta) 1’56’’
8 8. Lá em baixo vem a raposa (Serra da Estrela) 1’31’’
9 9. Oh, feliz cadeia (Alentejo) 1’52’’
10 10. Na haste do castanheiro 1’31’’
11 11. Ó erva cidreira (Alentejo) 1’00’’
12 12. Limão doce 1’57’’ 
13 13. Malhão de Almaceda (Beira Alta) 1’24’’



15 2. Eu venho da macelada (Beira Alta) 1’49’’ 

16 3. Quando o teu pai me trocou (Minho) 1’26’’

17 4. Na aldeia de Amareleja (Baixo Alentejo) 1’32’’
18 5. O meu amor, de polido (Beira Alta) 1’15’’
19 6. Agora, no São João (Minho) 2’28’’
20 7. Os homens que vão prá guerra (Douro Litoral)* 3’11’’
21 8. A Senhora d’Aires (Baixo Alentejo) 2’17’’
22 9. Ó ladrão, que te vais embora (Beiras) 2’38’’



24 2. Rosa branca desmaiada (Alentejo) 1’34’’

25 3. Viva o nosso patrão d’hoje (Minho) 1’58’’

26 4. Na estrada de Braga (Minho) 1’47’’
27 5. Oh, que calma vai caindo (Beira Alta) 1’53’’
28 6. A rolinha da calçada (Beira Alta) 1’14’’
29 7. Quem se casa diz que morre (Porto Santo – Madeira) 1’06’’







2 2. Nem contigo nem sem ti (Beira Alta/Canc. Popular)* 1’50’’

3 3. Ó ladrão, ladrão (Generalizada) 2’24’’

4 4. Ai, por cima se ceifa o pão (Beira Baixa) 1’23’’
5 5. Romance de Mirandum (Trás-os-Montes) 2’38’’
6 6. Ai, ó ai, meu bem (Algarve)* 2’26’’
7 7. Ó meu amorzinho (Minho)* 1’04’’
8 8. São horas de emalar as troixas (Douro Litoral) 1’58’’
9 9. Este nosso amo d’hoje (Trás-os-Montes) 1’21’’
10 10. O coletinho (Beira Baixa) * 2’59’’



12 2. Rezemos um Padre Nosso (Chão de Lopes, B. Baixa) 0’56’’

13 3. Alerta, alerta (I) (S. Gens de Calvos, Minho) 1’17’’

14 4. Recordai, ó irmãos meus (Mons. da Beira, B. Baixa) 1’05’’
15 5. Ó almas que estais dormindo (Monf. da Beira, B. Baixa) 2’06’’ 
16 6. Acordai, pecadores (Sércio, Trás-os-Montes) 1’26’’
17 7. Alerta, alerta (II) (Minho) 1’44’’
18 8. Ó meu divino Senhor (Beira Alta) 1’58’’
19 9. Bendita e louvada seja (S. Miguel de Acha, B. Baixa) 3’50’’
20 10. Irmãos meus, cuidai na morte (Vinhais, Trás-os-Montes) 2’49’’
21 11. Ai, recorda, ó pecador (Donas, Fundão, Beira Baixa) 2’18’’





24 2. Enxada à terra 2’23’’





27 Concordiae fratrum jucunditas (Salmo 132) 3’48’’


Total 58’29’’


Dois Salmos 


25 Cantiga às serranas - Texto: Francisco Rodrigues Lobo 3’56’’
Em louvor do Sol - Texto: Afonso Duarte


22 Balada de uma heroína - Texto: José Gomes Ferreira 4’06’’
Série XIV “Onze encomendações das almas”


Série IV “Canções Regionais Portuguesas” 


CD 2 - Coro de Câmara Lisboa Cantat


TOTAL 51’21’’


Série III


Série II


Série I “Canções Regionais Portuguesas”


CD 1 – Coro Sinfónico Lisboa Cantat


Assim, Lopes-Graça parece interpretar a palavra “religião” no seu sentido original, a de ligação entre as pessoas, e para esse objectivo social a música seria o instrumento ideal. No entanto, o compositor, como vimos, não vira as costas aos belos textos da tradição cristã, ou de inspiração religiosa, não só porque os mesmos se encontram nas melodias populares que harmonizou, oriundas de um país profundamente religioso como era (e em parte ainda é) Portugal, como também decerto pelo apurado sentido estético de Lopes-Graça, que não podia deixar de reconhecer nesses textos maravilhas poéticas e inúmeras oportunidades de ilustração musical. Dos Salmos ao Cântico dos Cânticos, das Cantatas de Natal ao Requiem, do Presente de Natal para as Crianças, e dos Dos cantos religiosos tradicionales de Galicia às Encomendações das Almas, a produção do compositor sobre textos sacros é, encarada por qualquer prisma, de uma abundante e altíssima qualidade.


“Que hei-de dizer-lhes acerca da Música, que os interesse e que esteja ao meu alcance? Poderia dizer-lhes enfim, como além de uma Arte a considero uma Religião, a minha única religião (...) e como visiono uma única Religião do Futuro, a única Religião de uma Humanidade Livre, Justa e Sábia”.


A Balada de uma heroína (1953, rev. 1969), sobre o conhecido poema de José Gomes Ferreira (do qual Lopes-Graça musicará vários outros textos, incluindo as mais conhecidas das “Heróicas”), e a Cantiga às serranas (1987), de Francisco Rodrigues Lobo (poema incluso nas “Obras políticas e pastoris”, publicadas em 1774), completam esta breve panorâmica de obras corais profanas. Com características opostas em termos de carácter e objectivos, dramática a balada, mais pastoril a cantiga, ambas demonstram à saciedade o escopo criativo e a diversidade musical de que Lopes-Graça era capaz sem ter de sacrificar a sua linguagem tão própria. 


Preocupado também em tornar as canções corais acessíveis a coros amadores, Lopes-Graça conseguiu, ainda assim, uma riqueza e diversidade notáveis dentro das limitações, quer de registo, quer polifónicas, a que se viu obrigado a recorrer. A escolha das melodias, para além de percorrer todo o território nacional, obedeceu também a critérios artísticos precisos, não sendo de admirar que as mais belas, arcaicas e originais canções encontrem o seu lugar nesta colectânea. Da ambiguidade modal da Canção da Vindima (Beira Baixa), até à pureza renascentista (maravilhosamente aproveitada pelo compositor) de Os homens que vão prá guerra (Douro Litoral), passando pelo vigor rítmico de Na haste do castanheiro (?) e Eu venho da macelada (Beira Baixa), até ao arcaísmo narrativo do Romance de Mirandum (Trás-os-Montes), as “Regionais” espelham um povo de uma criatividade musical espantosa, uma criatividade ainda não contaminada pelas rádios e televisões, que lhe impuseram subprodutos infecciosos, como os falsos regionalismos ou a música ligeira puramente comercial.


\\"...A acentuação multiforme do português, as subtilezas de quantidade silábica que apresenta, a sua enervante desarticulação (que grande escritor espanhol disse ser o português uma espécie de \\"castelhano sem osso\\"?), o característico smorzando das suas terminações - tudo isto são aspectos notáveis do idioma a que se me afigura não ter a generalidade dos nossos músicos prestado a devida atenção, nem haverem cabalmente enformado por enquanto a prosódia das suas produções vocais...\\"


Sérgio Azevedo


*Coro Sinfónico Lisboa Cantat


26 Jubilate Deo (Salmo 99) 2’24’’


23 1. Seja louvado o Sol 2’38’’


11 1. Se dormis, cristãos (Beira Baixa) 0’47’’


1 1. Portas d’Elvas, portas d’Elvas (Alentejo)* 1’12’’


*Direcção de Clara Alcobia Coelho


23 1. Já os passarinhos cantam (Beira Alta) 1’20’’


14 1. Não segueis o trigo verde (Trás-os-Montes) 2’08’’


1 1. Canção da vindima (Beira Baixa) 1’32’’


A linguagem de quase todas estas obras sacras, nomeadamente nos dois Salmos (nº99, de 1956, rev. 1964, e nº132, de 1972, rev. 1974) é, em geral, cromática e tensa, de cariz polifónico, como é usual quando se tratam textos deste teor (no caso de Lopes-Graça, o que também seria de esperar, a linguagem tende a ser bastante mais diatónica nas obras destinadas às crianças e naqueloutras baseadas em melodias populares). A excepção é, ou são, os dois coros do Cântico dos Cânticos de Salomão (1976), cuja ambiência amorosa (por vezes mesmo erótica, noutros dos “Cantos”) e liberdade de sentidos que sugerem os colocam numa outra dimensão, mais humana, logo, mais terrena, e porventura mais próxima do coração de Lopes-Graça, um homem do povo, um homem cuja música foi sempre pensada e escrita em função da vida dos seus semelhantes, das suas lutas, aspirações e anseios. 


A Balada de uma heroína (outra obra extraordinária), imediatamente reconhecível como sendo da pena de Lopes-Graça, na sua mistura de diatonicismo rústico, cromatismo e bimodalismo maior/menor (uma das marcas mais constantes do compositor desde o seu Opus 1, as Variações sobre um Tema Popular Português, de 1927), mostra-nos ainda um artista conhecedor das técnicas das vanguardas da altura, as quais, ainda que não delas adepto fervoroso, conhecia perfeitamente. Toda a secção final da “Balada”, com o seu misto de textura recitada e cantada em diferentes planos sonoros, demonstra esse conhecimento, mesmo se, como afirmámos, nunca Lopes-Graça se tenha deixado completamente levar nessa direcção mais experimental. 


Dentro das “Regionais” encontramos ainda o curioso volume XIV, intitulado Onze encomendações das almas, que agrupa e recupera uma tradição arcaica (dizem alguns que oriunda dos escravos africanos que por aqui foram passando, como pensam os brasileiros que conservam também este costume na sua tradição popular, enquanto outros afirmam ser uma tradição já antiga em Portugal, nomeadamente na Beira Baixa e em Trás-os-Montes, tradição que, como muitas outras, encontra paralelo noutras culturas). A “Encomendação das almas” é uma celebração associada ao culto dos mortos, que ocorria (e ainda ocorre) nas sextas-feiras da Quaresma, a partir da meia-noite. Um grupo de homens e mulheres percorre a aldeia durante a noite para lembrar àqueles que “já dormem o primeiro sono” (os vivos) que é preciso rezar pelos que dormem o sono eterno, para que estes possam entrar no Paraíso. Tal como outros ciclos corais oriundos de tradições velhíssimas cuja origem se perde no tempo (Três esconjuros, de 1956, por exemplo), as “Encomendações” despoletaram no estro criador de Lopes-Graça uma identificação artística tão una com o original, que nos perguntamos onde acaba um e começa o outro.


\\"...É certo que a canção popular não pode servir de modelo, de paradigma prosódico, para a canção culta; mas não seria mau que esta por vezes aceitasse os \\"ilogismos\\" da prosódia que aquela amiúde apresenta, verdadeiros achados que só aparentemente são deslizes ou incorrecções devidos à incultura e ao simplismo do povo, o qual nisso, como em tantas outras coisas, revela com frequência verdadeira sensibilidade e gosto artístico.


Ref.: NUM 1204 - DIGIPACK DUPLO



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